Dos Games ao Cinema: os Riscos e as Chances do Novo Filme de Tomb Raider
"Foi necessário deixar o jogo um pouco de lado"
POR BRUNA PENILHAS*
A última vez que Lara Croft apareceu no cinema foi em 2003, com Angelina Jolie assumindo o papel da aventureira pela segunda vez em Lara Croft: Tomb Raider - A Origem da Vida. Após 15 anos ausente, a icônica personagem dos games retornará com outro rosto e a promessa de trazer uma versão completamente inédita da Lara que conhecemos.
Tomb Raider: A Origem estreia no Brasil em 15 de março e é baseado no game de 2013 da Crystal Dynamics. Alicia Vikander assume o papel de Lara Croft, que dessa vez não será uma arqueóloga e especializada em sobrevivência, mas sim uma jovem de 21 anos que, ao mesmo tempo que quer encontrar seu lugar no mundo, está em busca de seu pai, desaparecido há sete anos.
Trazer uma história mais emocional, ao contrário do jogo, e focada no relacionamento de Lara e seu pai, Richard Croft, é uma das decisões arriscadas que o filme possui. Há muitas outras mudanças que tornam esta uma nova história de origem para Lara. "Grande parte da narrativa [do jogo] funciona para uma adaptação cinematográfica. Fomos sortudos nessa parte", explica Graham King, produtor de Tomb Raider, em entrevista para imprensa durante um evento do filme em Los Angeles, nos Estados Unidos. "Quando compramos os direitos da franquia, três anos antes do game ser lançado, a Crystal Dynamics e Square Enix foram ao meu escritório e foi então que percebi que o jogo seria mais cinemático do que qualquer outra coisa que eu já tenha visto."
A ideia da Warner Bros., segundo King, sempre foi fazer "um filme que prestasse homenagem ao game", mas que ao mesmo tempo trouxesse algo para os que ainda não conhecem a franquia. "Queríamos fazer uma história de origem sobre Lara que funcionasse no cinema, então foi necessário deixar o game um pouco de lado e encontrar a melhor versão da personagem para essa adaptação e para o grande público", disse o diretor Roar Uthaug, que já trabalhou em produções como A Onda e Fuga.
A proposta de A Origem também chamou a atenção de Walton Goggins, que no filme vive o vilão Mathias Vogel. "Todos estávamos interessados em saber como poderíamos contar a história desde ícone, de Lara Croft. Perguntei para a produção o que eu poderia fazer para ajudar na construção de tudo isso", declarou ator, que continuou: "Tentamos ser os mais honestos possível. Podemos ser julgados por isso, mas não podemos ser julgados por não tentar".
Para Vikander, interpretar a protagonista deu a ela a chance de oferecer ao mundo uma Lara nunca vista antes. "Quero poder trazer algo novo e mais profundo para os fãs. Lara pode ser uma heroína de ação, mas também é humana e vulnerável", declarou a atriz, que até então não havia trabalho em nenhum grande filme do gênero, mas ganhou destaque em filmes como Ex Machina e A Garota Dinamarquesa, pelo qual venceu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. "É importante ter mais protagonistas femininas nos filmes. Vivemos em um tempo em que isso está sendo discutido e essa é simplesmente a verdade. Estou muito feliz que estamos vivendo em tempos mais positivos e criativos, em que finalmente veremos histórias de mulheres ganhando destaque."
A sequência de Tomb Raider: A Origem ainda não está garantida, embora o diretor afirme que há muito material para ser trabalhado. De acordo com o produtor, o futuro de Vikander como Lara está ligado, principalmente, aos espectadores. "Dependemos da economia. É assim que funciona hoje em dia, tudo depende do público conectando-se com o filme."
Fonte: IGN Brasil